Mesmo com cenário mundial adverso, agenda ESG amplia relevância

Mesmo com os problemas econômicos em todo o mundo, pesquisa da consultoria EY mostra que a agenda ESG tem ampliado a sua relevância.

Ultrapassamos a metade do ano e o balanço em termos de implementação das boas práticas da agenda ESG segue relevante, mesmo com os problemas econômicos mundiais. Reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia, somada a crise de abastecimento em determinadas regiões, obviamente, acabam tendo um foco maior em sua resolutividade. Porém, de acordo com um levantamento realizado pela consultoria EY com mais de 500 companhias, a agenda ESG é extremamente importante para os negócios de acordo com 87% dos altos executivos ouvidos na pesquisa.

Como profissional atuante da pauta sustentável há quase 15 anos, é extremamente gratificante observar essa evolução na prática do dia a dia. Há um nítido avanço na maturidade de adoção dessas iniciativas, que deixaram de ser apenas “desejáveis” para alçar como parte “estratégica” dentro das companhias. Implementar a agenda ESG é um caminho que traz a transparência corporativa que os investidores buscam, as práticas sociais que os funcionários exigem e o olhar ambiental e sustentável que os consumidores buscam.

Outros dados que merecem destaque nesse estudo e que evidenciam a minha fala anterior, são:

  • Para 81% das companhias, o tema ESG está a cargo de um CSO (ou chief of sustainability office, na sigla em inglês), que, por sua vez, reporta diretamente ao CEO, evidenciando a escalada de relevância da pauta.
  • 67% dos participantes destacaram a importância da saúde e bem-estar dos empregados como fator determinante para o sucesso dos negócios – uma clara percepção de que a Governança tem tido papel mais importante na agenda.
  • A pesquisa também detectou uma alta relevância da promoção da diversidade e da inclusão dentro das companhias, pois 97% dos entrevistados dizem dar suporte a estratégias ligadas ao tema.
  • Quase 90% dos participantes possuem iniciativas em andamento para redução das emissões de carbono, inclusive com ambiciosas metas para zerar ou compensar nos próximos anos.

Nesse último ponto, também valem mencionar iniciativas de compensação de emissões com a compra de créditos de carbono voltadas até para B2C, com instituições desenvolvendo ferramentas para calcular individualmente. Estimativas que vi em uma reportagem recente apontam que cada pessoa gera, em média, o equivalente a sete toneladas de CO2, por ano. Mesmo reconhecendo que o impacto de uma única pessoa é pequeno, fica o enorme e magnânimo exemplo.

Se você, assim como eu, ficou muito interessado, a dica é acessar o site (ou baixar o app) da Ambify, criado por uma das maiores e mais importantes empresas de gestão ambiental do mundo, a Ambipar, e que permite a qualquer pessoa estimar o seu gasto de carbono e compensá-lo, pagando um valor convertido em créditos. A cada 1 quilo de CO2 emitido na atmosfera por atividades do dia a dia, como alimentação, deslocamento e demais custos, a empresa cobra R$ 0,20 para a compensação dos poluentes. Os valores são doados a entidades parceiras, como Médicos Sem Fronteiras, Instituto Jô Clemente e Fundo Luz Alliance.

*Escrito por Andrea Cominato, diretora de sustentabilidade e marketing do Grupo New Space